sábado, 19 de fevereiro de 2011

As festas pré-carnavalescas e a violência simbólica

2011 - período pré-momesco.
           Lembro bem que quando cheguei em São Luis me impressionei com o nível superior de animação das festas pré-carnavalescas caracterizadas pelos bandos de fofões e pelas alegres bandas superanimadas do Kantão (na cohab) e da Madredeus, além de várias outras espalhadas pela cidade. Era muito bom.
No entanto ao longo dos anos tivemos grandes mudanças acontecendo. E era menos perigoso sair para estas festas naquele tempo porque era permitido se divertir sem risco de violência gratuita. Se pararmos para refletir veremos que teriamos muitas festas para ir hoje em dia se a violência não tivesse tomado nosso espaço. E hoje nosso leque de opções pré-carnavalescas está bastante restrito justamente pelo fato de termos muitos brincantes que são na verdade brigantes - e não importa onde você esteja, a violência está lá. Gente que sai de casa com o intuito de encontrar um desafeto (muitas vezes nem precisa) e iniciar um conflito. Qualquer família que queira sair para brincar o carnaval deve pensar duas vezes (ou mais) antes de saír e para onde vai. Está muito perigoso este período pré-momesco. Pensando nisso e observando as notícias, verificamos que mesmo com a presença ostensiva do Estado através das polícias temos índices elevados de violência nas "bandas pré-carnavalescas". Até abaixos assinados foram criados para impedir o funcionamento de algumas das tradicionais bandas da cidade. E com razão os cidadãos optam por este intrumento, pois além das constantes brigas fica depois a sujeira para os moradores. A estrutura para impedir e/ou minimizar a sujeira pode até existir, mas a "educação falha" repercute em desrespeito às regras de convivência social e até ao patrimônio público e privado. Como explicar isso? Será o consumo de álcool que acarreta tais atitudes? Seriam outras drogas? Ou não temos explicação para o que ocorre? Perguntas como esta são para refletirmos sobre atitudes humanas e os níveis de violência que ultrapassam a barreira física. O certo mesmo é que temos o prenúncio do período de carnaval onde a CARne NAda VALe - a vida pode valer menos ainda .
 Dentro de casa o risco pode até ser menor no âmbito físico, mas não inexistente do ponto de vista simbólico. Vemos, sentimos e percebemos violência em todos os lugares e por todos os meios. Será inoportuno refletir sobre como isso nos afeta em nossa humanidade? (...)
(continua...)

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